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Crescimento do mercado da pesca pode beneficiar Angola, diz Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)

Nação africana apresenta grande potencial no setor, mas enfrenta desafios como informalidade e falta de infraestrutura; atividade pesqueira emprega 150 mil pessoas no país, sendo 90% no mercado informa

Para o Unctad, o uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento, a chamada economia azul, pode ampliar os meios de subsistência e reduzir a pobreza

NEW YORK, Estados Unidos da América, 29 de may 2023/APO Group/ --

O crescimento do mercado global da pesca representa uma oportunidade de diversificação da economia em Angola. Esta é a conclusão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, que elaborou um programa conjunto com a União Europeia para apoiar o país africano.

A expectativa é de que o volume do pescado comercializado globalmente aumente de 187 milhões de toneladas em 2018 para 250 milhões até 2030.

Amplo potencial

De acordo com o levantamento, a nação africana possui um vasto litoral, ampla mão de obra no setor pesqueiro e boas relações comerciais com os principais importadores europeus e asiáticos.

As exportações formais de Angola foram estimadas em US$ 81 milhões em 2018. Os principais produtos foram camarão, caranguejo e atum.

O setor pesqueiro representou 2,1% do PIB do país naquele ano e emprega mais de 150 mil pessoas.

O diretor da divisão da Unctad para África e países menos desenvolvidos, Paul Akiwumi, disse que o setor da pesca e aquicultura “pode ajudar Angola a diversificar a sua economia e a aproximar-se dos seus objetivos de desenvolvimento”.

Segundo a agência da ONU, atualmente Angola apresenta alta dependência do petróleo bruto, que representa 93% das suas exportações. Num contexto de baixa produtividade e falta de oportunidades em outros setores, um terço da população vive abaixo da linha da pobreza.

Perdas altas

Para o Unctad, o uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento, a chamada economia azul, pode ampliar os meios de subsistência e reduzir a pobreza.

Dentre os desafios que Angola enfrenta, estão a informalidade e a falta de infraestrutura. Mais de 90% dos empregos são na pesca artesanal de pequena escala.

Além disso, o setor artesanal carece de acesso a água de qualidade, eletricidade, gelo, instalações de armazenamento, estradas e cadeia de transporte de frios para mercados lucrativos. Por isso, as perdas pós-pesca são altas.

A pesquisa mostra que Angola também precisa de políticas e instituições adequadas, incluindo laboratórios e instalações de pesquisa. A agência da ONU recomenda também mais colaboração entre governo, academia e entidades do setor privado para impulsionar a economia azul.

Em parceria com a União Europeia, o Unctad desenvolveu um programa conjunto em Angola chamado Treinar para Comercializar II.  

Por meio da iniciativa, já foram treinados 2.615 angolanos em temas como desenvolvimento de cadeias de valor, transporte, investimento, empreendedorismo, política comercial e facilitação do comércio.

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.