Fonte: UN News |

Com El Niño, atenção a países como Angola e Moçambique deve aumentar

Já Moçambique teve US$ 4 milhões do mecanismo das Nações Unidas para apoio urgente aos deslocados

NOVA IORQUE, Estados Unidos da América, 28 de agosto 2025/APO Group/ --

Efeitos do fenômeno climático causaram surtos de doenças, incluindo cólera; Angola notificou maior número de casos entre sete países afetados na África Austral; Moçambique teve piora da situação após ciclones e chuvas fortes registradas no início de 2025.

Angola e Moçambique estão entre países da África Austral que devem merecer atenção internacional com mais fundos para lidar com os impactos humanitários da seca causada pelo El Niño de 2024.

O Escritório de Assistência Humanitária da ONU, Ocha, revelou que as manifestações do fenômeno durante o período foram as piores em um século e têm afetado colheitas e meios de subsistência.

Fundo Central de Resposta a Emergências

Em maio deste ano, Angola recebeu US$ 1,8 milhões para o combate à cólera, atribuídos pelo Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf. Já Moçambique teve US$ 4 milhões do mecanismo das Nações Unidas para apoio urgente aos deslocados.

Nos dois contextos, prevalece a destruição aguda grave, que também afeta nações como Maláui, Madagáscar, Zâmbia e Zimbabué. São frequentes os surtos de doenças incluindo cólera, malária, miocardite e sarampo, que ameaçam milhões de vidas.

Até agosto, Angola notificou 27 mil dos mais de 37 mil casos de cólera confirmados em sete países.

Moçambique teve a situação humanitária agravada por ciclones e chuvas fortes registradas no início deste ano. Também foram observadas graves inundações em países como Botsuana, Madagascar e Maláui.

operação humanitária intensificada pelo conflito

Em território moçambicano existem 23 milhões de pessoas precisando se auxílio na operação humanitária intensificada pelo conflito, deslocamentos, surtos de doenças e sistemas de proteção social frágeis.

A insegurança alimentar aguda persiste, apesar da melhora das colheitas em algumas áreas, já que infestações de gafanhotos e lagartas-do-cartucho continuam a afetar as plantações e a agravar a crise.

Em maio de 2025, um episódio do conflito na província de Cabo Delgado, no extremo norte, forçou 95 mil pessoas a fugir de casa. O total elevou para 609 mil a quantidade de deslocados internos, o maior número na região.

A África Austral atua ativamente para encarar desastres relacionados ao clima, como secas, tempestades e inundações que impulsionam os deslocamentos.

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.