Fonte: Aggreko plc |

Ultrapassar a Volatilidade dos Preços: Harmonizar o Balanço com o Investimento (Por John Lewis, Diretor Geral, Aggreko África)

Recentemente a Aggreko realizou um inquérito global de forma a compreender melhor as prioridades dos decisores do setor energético

A popularidade crescente dos veículos elétricos está a levar a um aumento da procura por cobalto, lítio e níquel, os quais são componentes importantes das baterias de ião de lítio

CAPE TOWN, África do Sul, 4 de fevereiro 2020/APO Group/ --

Por John Lewis, Diretor Geral, Aggreko África.

O impacto da transição energética na indústria mineira tem sido profundo. É uma das indústrias mais intensivas a nível energético do mundo e é responsável por um valor estimado de 6,2% do consumo total de energia global. Historicamente também tem contribuído desproporcionadamente para o aquecimento global, através do uso intensivo de combustíveis fósseis para o funcionamento das suas operações. Agora o setor está em destaque, com o aumento da pressão para avançar em direção às energias renováveis.

Embora existam desenvolvimentos, o aumento da pressão para reduzir as emissões permanece. Ainda na última semana o consultor McKinsey relatou que as empresas de mineração precisam ir mais além no que diz respeito a diversificar os seus portfólios de forma a cumprir os objetivos do Acordo de Paris.[1]

Associado a esta pressão existe um período de volatilidade significante no preço dos produtos que resultou na necessidade das empresas de mineração manterem os preços baixos ao mesmo tempo que melhoram a eficiência. Ultrapassar este desafio num contexto de descarbonização contínua não é um feito pequeno, mas adotar um modelo de aluguer pode ser um modo de harmonizar os balanços e manter as operações a funcionar sem percalços.

Descarbonização versus custo

Recentemente a Aggreko (http://www.Africa.Aggreko.com) realizou um inquérito global de forma a compreender melhor as prioridades dos decisores do setor energético. Dos inquiridos, 50% disse que o custo é a sua principal preocupação. Mas com a necessidade de cumprir também com os objetivos das emissões de carbono, a inércia não é uma possibilidade. A reação tem sido a relutância do setor em investir em novas fontes de energia verde, pois existe a preocupação destas ficarem desatualizadas rapidamente já que a velocidade da mudança parece estar somente a acelerar.

As empresas de mineração enfrentam um dilema: como integrar a energia renovável nas soluções energéticas que requerem um investimento CAPEX significante, quando existe um cenário de volatilidade dos preços dos produtos que tornam o investimento pouco atrativo.

O complexo de extração de ouro Syama no sul do Mali conseguiu equilibrar bem este aspeto. A Aggreko, que recentemente assinou um contrato com a Resolute, tem sido capaz de apoiar as suas ambições para reduzir as emissões de carbono e melhorar a eficiência geral do local. Uma vez instalada, a Aggreko irá funcionar e manter uma central térmica de 40 MW e um sistema de armazenamento de bateria de 10 MW, com 20 MW adicionais de energia solar planeados para 2023.

Esta solução híbrida irá reduzir os custos energéticos da Syama num valor estimado de 40%. Uma vez que estejam instaladas todas as fontes de energia renovável também irá reduzir as emissões de carbono em aproximadamente 20%. Ao utilizar uma opção de aluguer, foi possível à Syama retirar o risco do investimento em energias mais verdes pois não teve de investir capital numa solução energética.

O papel a longo prazo das minas versus custo

Os avanços tecnológicos também estão a impulsionar a mudança na indústria mineira no que diz respeito às reservas de metais e minerais que são considerados como um investimento útil. A popularidade crescente dos veículos elétricos está a levar a um aumento da procura por cobalto, lítio e níquel, os quais são componentes importantes das baterias de ião de lítio.

No entanto, ao mesmo tempo que esta apresenta uma oportunidade para as empresas de mineração, também significa que o investimento de capital em algumas minas, tais como o carvão, se tornou mais difícil. Também existe o risco de investir em tecnologias mais recentes à medida que estas vão surgindo devido às alterações regulares do mercado.

A mina Tasiast, uma das maiores minas a céu aberto de extração de ouro em África, localizada na remota região noroeste de Inchiri na Mauritânia, estava a enfrentar este dilema. A sua mina não ligada à rede era alimentada por uma fonte de combustível ineficiente e propensa a falhas regulares, incorrendo em custos de manutenção elevados. Esperava-se que a expetativa de vida da mina durasse outra década e, tendo consideração adicional pela volatilidade do preço do combustível, a Kinross necessitava pensar em energia para a mina a longo prazo, bem como no que poderiam fazer para atenuar as implicações com custos que estavam a sofrer a curto prazo.

Para abordar os problemas imediatos, a Aggreko ofereceu uma solução que era fácil integrar na combinação energética atual. Agora a Kinross tem energia de confiança e garantida 24 horas por dia, 7 dias por semana de forma a garantir que a produção de ouro não é afetada por problemas energéticos ou falhas adicionais. Como esta é uma solução de aluguer, também permitiu que houvesse um espaço para respirar e tempo para rever opções energéticas a longo prazo para o tempo de vida restante da mina.

Gerir capital e risco do projeto

É evidente que a mineração é um setor que está a passar por uma profunda transformação devido à transição energética. Ao uso de soluções energéticas híbridas em minas tende apenas a aumentar ao mesmo tempo que o investimento continua a ser impulsionado pela inovação em tecnologia verde. As empresas de mineração estão na posição única de necessitarem de implementar fontes de energia verde ao mesmo tempo que são um componente chave na cadeia de fornecimento para a nova tecnologia baixa em carbono. Encontrar soluções ágeis, tais como híbridos ou micro-redes, fornecem às empresas a agilidade necessária para responder a um panorama energético que evolui rapidamente.

Aliás, um modelo energético de aluguer permite que os operadores de minas façam tudo isto enquanto mantém os custos energéticos competitivos e necessitam somente de despesas de OPEX em vez de CAPEX. Tal significa que as empresas têm maior flexibilidade para responder a um mercado de rápida evolução enquanto mantém os custos reduzidos.


[1] https://on.ft.com/2tvbDYG

Distribuído pelo Grupo APO para Aggreko plc.