O Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) (https://www.Afreximbank.com/) apelou aos países africanos para que priorizem o desenvolvimento de empresas públicas e privadas de comércio de exportação, a fim de posicionar as pequenas e médias empresas (PMEs) do continente para participarem efectivamente no comércio global.

Num discurso proferido na Exposição Internacional de África, que abriu ontem à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, a Sr.ª Kanayo Awani, Vice-Presidente Executiva do Afreximbank, Banco de Comércio Intra-Africano, em representação do Presidente do Banco, Prof. Benedict Oramah, afirmou que as PME que participam directamente no comércio global enfrentam uma forte concorrência das multinacionais e das grandes empresas, tornando as suas hipóteses de sucesso ou de sobrevivência bastante marginais, para não dizer nulas.

A Sr.ª Awani afirmou que a Ásia tinha ultrapassado esse desafio com a criação de empresas de comércio de exportação que funcionavam como canais por meio dos quais as PME acediam aos mercados globais, explicando que as empresas de comércio de exportação actuavam como agregadores e criavam um volume considerável de comércio que atraía maior valor e resistia à concorrência.

Afirmou que a participação limitada das PME africanas nas cadeias de valor globais reflecte uma falha da política institucional e apelou para a criação de sistemas de apoio político fortes que proporcionem o reforço das capacidades, protecções incipientes contra a concorrência desleal e um melhor acesso aos mercados regionais e ao financiamento.

“Estes são particularmente urgentes à medida que África inicia a implementação do Acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA)”, afirmou a Sr.ª Awani.

Anunciou que, ao longo dos anos, as PME têm sido um foco central das intervenções continentais do Afreximbank através da sua estratégia de desenvolvimento das exportações centrada nas PME, com instrumentos de financiamento únicos para colmatar os constrangimentos em termos de financiamento enfrentados pelas PME africanas, incluindo produtos como a cessão financeira, o financiamento da cadeia de fornecimento e o financiamento intermediado.

A Sr.ª Awani afirmou ainda que o Afreximbank era o principal promotor da cessão financeira em África e que a lei de cessão financeira que patrocinava foi adoptada na República Congolesa, Burkina Faso, Níger, Togo, Mali e Côte d’Ivoire e estava a ser analisada por instituições reguladoras em vários outros países africanos.

O Banco está igualmente a permitir o acesso ao mercado para as PME africanas através do Portal do Comércio Africano, um ecossistema digital que inclui activos concebidos para eliminar as barreiras não pautais, tal como a plataforma de repositório de diligências devidas dos clientes MANSA, que recolhe informações relativas ao conhecimento do cliente das PME e das empresas e que já integrou mais de 11.000 entidades, afirmou.

Outras intervenções do Afreximbank incluíram o Clube TRADAR, que oferece ferramentas digitais inovadoras e oportunidades de trabalho em rede, ajudando as PME a procurar economias de escala e de âmbito, o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidação, que é um mecanismo importante para aprofundar a participação das PME no comércio regional, permitindo-lhes efectuar pagamentos de importações do continente utilizando as moedas nacionais, a criação do Fundo para o Desenvolvimento das Exportações em África, que fornece capital de risco para alimentar as startups, as PME em fase inicial e emergentes e uma série de outras iniciativas emblemáticas.

A Feira Comercial Intra-Africana do Banco constitui igualmente uma excelente plataforma para fomentar a integração das PME nas cadeias de valor continentais, promovendo as interligações e o trabalho em rede, acrescentou, referindo que a terceira edição da feira realizar-se-á na cidade do Cairo, em Novembro.

A Sr.ª Awani anunciou que o Afreximbank lançou o programa Creative Africa Nexus (CANEX), no valor de mil milhões de dólares, para proporcionar o acesso ao financiamento, ao reforço das capacidades, a soluções digitais e a outros apoios à indústria criativa africana, referindo que a indústria se tornou uma das áreas de crescimento mais rápido no continente e que os produtos criativos se tornaram importantes factores de exportação na Nigéria, na África do Sul e em alguns outros países, ultrapassando os produtos de exportação tradicionais. Acrescentou ainda que o Banco disponibilizou cerca de 120 milhões de dólares para impulsionar o sector.

Outros oradores no evento foram o Presidente Bola Tinubu da Nigéria, que foi representado pela Dr.ª Doris Uzoka-Anite, Ministra da Indústria, Comércio e Investimento; Festus Keyamo, Ministro da Aviação e Desenvolvimento Aeroespacial da Nigéria; Dr. Adesola Adeduntan, Director Executivo do First Bank Group; e a Senadora Ireti Kingibe da Assembleia Nacional da Nigéria.