A cerimónia anual de entrega dos Tusk Conservation Awards (https://www.Tusk.org), que aconteceu esta noite no histórico Palácio de Hampton Court, em Londres, serviu para reconhecer o mérito de vários líderes na área da conservação provenientes de toda a África, e para os juntar no mesmo espaço. As comemorações deste ano, organizadas em parceria com a Ninety One, serviram, não só para agraciar os heróis desconhecidos na área da conservação de África, mas também para assinalar o 10.º ano de entrega dos prémios.

Organizado pela locutora e autora Kate Silverton, este prestigioso evento contou com a presença do Patrono Real da instituição de caridade, o Príncipe de Gales, que lançou a primeira edição dos prémios, em 2013. O Príncipe William subiu ao palco para homenagear o extraordinário conjunto de homens e mulheres que se dedicam a proteger o património natural africano, e apresentou os vencedores deste ano, com os seus troféus.

Eis os vencedores dos Tusk Conservation Awards deste ano:

(pode encontrar mais informações sobre cada vencedor do prémio e sobre os finalistas abaixo)

• Prince William Award for Conservation in Africa, patrocinado pela Ninety One
  • Achilles Brunnel Byaruhanga (Uganda)
  • Ian Craig (Quénia)
• Tusk Award for Conservation in Africa, patrocinado pela Defender
  • Miguel Gonçalves (Moçambique)
• Tusk Wildlife Ranger Award, patrocinado pela Fundação Nick Maughan
  • Neddy Mulimo (Zâmbia)

O Príncipe de Gales dirigiu-se aos nomeados e vencedores deste ano, dizendo o seguinte: “Conforme Sir David Attenborough nos lembrou nesta cerimônia há cinco anos, a vida selvagem da África é verdadeiramente especial. O que os ex-alunos, as equipes dedicadas e as comunidades locais que receberam o prêmio estão protegendo é ‘um dos maiores tesouros naturais do mundo’.

Além disso, sabemos que isso é apenas um fragmento do que foi um dia. É por isso que é crucial fazermos todo o possível para impedir o declínio assustador que aconteceu em nosso planeta nos últimos 50 anos.”

Também estiveram presentes no Hampton Court Palace vários rostos famosos, incluindo Katherine Jenkins, que atuou na cerimónia, bem como os Embaixadores da Tusk Rory Bremner, Jack Savoretti e Levison Wood.

O 10.º ano dos prémios acontece num momento crítico para a conservação. As próximas grandes cimeiras mundiais sobre a biodiversidade - incluindo a conferência CITES no Panamá, em novembro, e a Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade no Canadá, em dezembro - vão colocar o futuro da vida selvagem e dos espaços protegidos de África no centro das atenções.

A ameaça bastante real à conservação africana mantém-se, uma vez que, tanto a vida selvagem em risco como as comunidades, enfrentam uma pressão cada vez maior, devido às alterações climáticas, aos conflitos entre seres humanos e animais selvagens, e ao legado contínuo da Covid-19. Através do reconhecimento e da prestação de apoio aos premiados, a Tusk pretende elevar o perfil dos líderes africanos, a fim de promover a conservação e o seu impacto significativo no terreno em toda a África.

Cada um dos quatro vencedores recebeu um troféu criado especialmente para o efeito por Patrick Mavros e foram atribuídas bolsas a todos os finalistas no valor de 345 000 libras, para prosseguirem com o seu trabalho vital.

OS LÍDERES NA ÁREA DA CONSERVAÇÃO HOMENAGEADOS COM OS TUSK CONSERVATION AWARDS DESTE ANO FORAM OS SEGUINTES:

• Prince William Award for Conservation in Africa, patrocinado pela Ninety One - trata-se de um prémio de carreira atribuído a indivíduos que se distinguem pela sua dedicação fora de série e pelo seu contributo excecional para a conservação.

Achilles Brunnel Byaruhanga (Uganda), Diretor Executivo da NatureUganda.

Quando Aquiles começou a trabalhar para a NatureUganda, em 1994, a organização tinha 14 membros. Atualmente, conta com 3500 - o que a torna na organização com mais membros do Uganda - e dispõe de programas poderosos de sensibilização, educação, investigação e monitorização. Aquiles também tem sido fundamental na identificação de Áreas de Aves Importantes (IBAs, do inglês "Important Bird Areas"). Graças, em grande parte, aos seus esforços, as zonas húmidas do Uganda já não são meros terrenos baldios, mas sim ecossistemas produtivos para a conservação, mitigação dos efeitos das alterações climáticas e apoio aos meios de subsistência locais.

Segundo Achilles Byaruhanga: “A conservação não é um evento. É um processo que leva muito tempo, e as comunidades são cruciais. Estamos ligados às pessoas. Vemos que o poder geral está nas mãos do povo.”
 

• Ian Craig (Quénia), Responsável de Conservação do Northern Rangelands Trust.

Criado no Quénia, Ian Craig foi promotor da formação das primeiras áreas de conservação detidas e geridas pela comunidade, na zona norte do Quénia. Em 2004, liderou a criação do Northern Rangelands Trust (NRT), o qual, desde então, tem vindo a aumentar, incluindo agora 43 espaços de conservação, com uma área total de 63 000 km2 e populações crescentes de elefantes e girafas, bem como populações estáveis de zebras de Grevy, uma espécie que se encontra ameaçada.

Segundo Ian Craig: “Já não se trata de trabalhar com as comunidades, ou de as envolver nas atividades de conservação. Trata-se de acompanhar o trabalho das comunidades. A riqueza e as oportunidades não devem ser limitadas apenas a estas grandes áreas protegidas. Têm de chegar ao outro lado, e é para aí que o NRT se dirige.”
 

• Tusk Award for Conservation in Africa, patrocinado pela Defender – trata-se de um prémio concebido para reconhecer o mérito de qualquer indivíduo que seja considerado um líder emergente na área da conservação e que tenha alcançado um êxito considerável no ramo de atividade que escolheu.
  • Vencedor: Miguel Gonçalves (Moçambique), Administrador de Parque, Administração Nacional das Áreas de Conservação.
     

Sob a liderança inspiradora de Miguel, ao longo dos últimos 12 anos, o Parque Nacional de Maputo deixou de ser um terreno de caça livre, tornando-se numa paisagem com capacidade para suportar populações prósperas de vida selvagem e para recuperar ecossistemas, tanto no oceano como em terra.

Segundo Miguel Gonçalves: “As comunidades compreendem que podemos ser importantes e que não estamos aqui para criar problemas. Estamos aqui para resolver problemas.”
 

• Finalista: David Daballen (Quénia), Diretor de Operações de Samburu, Save The Elephants.
• Finalista: Dismas Partalala Ole Meitaya (Tanzânia), Coordenador de Programa da Yaeda & Lake Eyasi na UCRT.
   

• Tusk Wildlife Ranger Award, patrocinado pela Nick Maughan Foundation - trata-se de um prémio concebido para reconhecer internacionalmente o mérito dos homens e das mulheres que trabalham todos os dias no terreno a proteger a vida selvagem em África.
  • Neddy Mulimo (Zâmbia), Ranger Sénior e Gestor dos Serviços de Suporte das Unidades Especiais de Combate à Caça Furtiva (SAPU, do inglês "Specialist Anti-Poaching Units"), Game Rangers International.
     

Ao longo de quase 40 anos, Neddy tem sido fundamental na criação de estratégias de aplicação da lei, aumentando significativamente o número de detenções e reduzindo a caça furtiva, o que lhe granjeou a alcunha pela qual é conhecido há muito tempo: “Neddy da Lagoa Azul”. Neddy tem vindo a desempenhar um papel crucial na melhoria das táticas e das condições laborais, na orientação de jovens guardas-florestais e no trabalho com as comunidades para criar relações fortes e recolher informações.

Segundo Neddy Mulimo: “Acima de tudo, acredito que devo proteger as outras pessoas e a vida selvagem que me rodeia. Aceito os desafios que me foram apresentados. Sei que devo sempre encontrar uma resposta para o problema. Se os animais não forem protegidos e ficarem à mercê desses homens egoístas que os matam por dinheiro, certamente, as próximas gerações não terão animais.”

Referindo-se aos quatro vencedores, Charlie Mayhew, presidente da Tusk, disse o seguinte: “Na última década, tivemos o privilégio de reconhecer alguns líderes africanos verdadeiramente inspiradores na área da conservação. Este ano não é exceção Os nossos mais sinceros agradecimentos a Aquiles, Ian, Neddy e Miguel, bem como aos nossos finalistas, David e Dismas, por tudo o que fazem para proteger a vida selvagem, preservar as paisagens e fortalecer as comunidades.”

Hendrik du Toit, fundador e CEO da Ninety One, fez a seguinte declaração: “Parabéns a cada vencedor. O vosso compromisso inabalável relativamente à conservação tem um papel vital na preservação dos ambientes e das espécies ameaçadas em África. Tem sido um privilégio trabalhar em parceria com os Tusk Conservation Awards ao longo dos últimos dez anos e, ao homenagearmos os esforços deste conjunto incrível de homens e mulheres, esperamos conseguir incentivar mais pessoas a envolverem-se na conservação.”

Com as próximas grandes cimeiras mundiais sobre a biodiversidade - incluindo a conferência CITES no Panamá, em novembro, e a Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade no Canadá, em dezembro - que vão colocar o futuro da vida selvagem e dos espaços protegidos de África no centro das atenções, o 10.º aniversário dos Tusk Awards chega num momento crítico para a conservação. A Tusk encontra-se numa posição única para reunir líderes africanos na área da conservação que possuam a influência, a paixão e a experiência necessárias para implementar os planos desenvolvidos nessas cimeiras. Os Tusk Awards homenageiam esses indivíduos e o seu potencial para enfrentar as maiores ameaças à biodiversidade do continente

A atribuição dos Tusk Conservation Awards é possível graças à generosidade e ao apoio permanentes dos seus copatrocinadores: ISPS Handa, DHL, Maia & Fortemus Films, Mantis Group, Patrick Mavros, EJF Philanthropies, Justerini & Brooks, Accor e Shelton Fleming.