African Society for Laboratory Medicine (ASLM)
Fonte: African Society for Laboratory Medicine (ASLM) |

Erigir Defesas Contra Futuros Surtos de Ébola

A nova ‘Declaração de Freetown’ defende uma maior priorização de redes funcionais de laboratórios por camadas para preencher as lacunas da agenda de segurança em saúde global

Os serviços de diagnóstico são uma pedra angular dos sistemas de saúde. São essenciais para uma deteção e resposta robustas às ameaças para a saúde pública

FREETOWN, Serra Leoa, 13 de november 2015/APO (African Press Organization)/ --

O recente surto de Ébola na África Ocidental evidenciou a importância da deteção e da resposta precoce à doença para prevenir o surgimento de novas ameaças à saúde global. A deteção precoce exige que a capacidade de testar rapidamente a doença ultrapasse fronteiras e chegue às comunidades rurais onde vivem as pessoas. Neste momento, os especialistas em saúde de África estão a tomar medidas para fortalecer as redes de laboratórios de modo a reforçar a deteção precoce de surtos no continente.

Durante uma ‘Consulta Regional de Segurança em Saúde Global para o Reforço Laboratorial’ organizada pela Sociedade Africana para a Medicina Laboratorial (ASLM) (http://www.aslm.org) e o Gabinete Regional para África da Organização Mundial de Saúde (WHO AFRO) em Freetown, Serra Leoa, nos dias 15 e 16 de outubro de 2015, altos responsáveis dos Ministérios da Saúde de mais de 20 países africanos, em conjunto com a ASLM e a WHO AFRO, proferiram uma "Declaração de Freetown" que apela a uma nova estrutura de redes de laboratórios por camadas e à implementação de uma nova tabela de registo para avaliar a prontidão destas redes. A Declaração apela a que as redes de laboratórios sejam integradas com as instituições de saúde pública e sistemas de vigilância para assegurar a deteção precoce da doença em África. Esta nova estrutura e abordagem integrada de redes de laboratórios e sistemas de vigilância é crítica para satisfazer as necessidades da Agenda de Segurança em Saúde Global (GHSA - Global Health Security Agenda). A GHSA constitui um esforço conjunto de governos, organizações internacionais e da sociedade civil para promover a segurança em saúde global como uma prioridade internacional.

“Os serviços de diagnóstico são uma pedra angular dos sistemas de saúde e, se bem integrados com sistemas de vigilância, são essenciais para uma deteção e resposta robustas às ameaças para a saúde pública. Foram realizados enormes progressos em África para fortalecer a capacidade laboratorial que desse resposta às necessidades de programas de VIH, malária e tuberculose. Torna-se agora imperativo que África dê os próximos passos e aumente a nossa resiliência perante ameaças emergentes, especialmente para impedir o ressurgimento do Ébola”, afirma o Ministro da Saúde e do Saneamento da Serra Leoa, Dr. Abu Bakarr Fofanah. “Tal como o Ébola, continuam a ser identificadas doenças e novas ameaças emergentes na linha da frente das nossas comunidades. A recentemente proclamada Declaração de Freetown apela aos governos nacionais, doadores e parceiros locais que combatam as lacunas existentes na segurança em saúde global em África.”

O Coordenador dos Estados Unidos para os Programas de Redução de Ameaças, Embaixador Bonnie Jenkins, afirma que “a GHSA pretende acelerar o progresso da comunidade global na criação de capacidade para prevenir, detetar e responder rapidamente a ameaças de doenças infeciosas, no apoio a estruturas globais que definam o padrão para a proteção permanente contra estas ameaças à saúde e o bem-estar em toda a parte. A colaboração próxima da ASLM com a WHO AFRO para fortalecer os sistemas laboratoriais, conforme o expresso na Declaração de Freetown, dará um forte impulso à implementação da GHSA em África.”

“Dado o crescente papel das redes laboratoriais na segurança em saúde global e tendo em conta os Regulamentos de Saúde Internacionais (IHR 2005) que estão a ser implementados no contexto da Vigilância e Resposta Integrada às Doenças (IDSR) na Região Africana, a Declaração de Freetown representa uma oportunidade crucial para fortalecer e expandir ainda mais as redes laboratoriais de saúde pública”, afirma o Dr. Matshidiso Rebecca Moeti, Diretor Regional para África da Organização Mundial de Saúde. “A Declaração lança uma convocatória para a ação em toda a África para estabelecer redes de laboratórios por camadas resilientes, medir o progresso com tabelas de registo estandardizadas e integrar redes com instituições de saúde pública. Em conjunto, devemos responder à chamada.”

O Dr. Trevor Peter, Presidente do Conselho de Administração da ASLM, refere que “a ASLM está a trabalhar para combater as debilidades institucionais e de diagnóstico através de uma estratégia que reforça a capacidade local e cria fortes parcerias em todo o continente no sentido de virem a ser alcançadas as metas da GHSA. Os países necessitam de redes laboratoriais por camas, fortes e funcionais, para assegurar uma deteção precoce e uma resposta eficaz à doença. Estas redes têm de ser avaliadas regularmente, usando uma tabela de registo, assim como integradas eficazmente em instituições de saúde pública e de vigilância da doença. Nenhum governo ou organização consegue fazer isto isoladamente, pelo que temos de encontrar formas de criar, por uma via colaborativa, comunidades de saúde no imediato e para o longo prazo. A Declaração de Freetown reitera o nosso compromisso de fortalecer as defesas locais contra futuros surtos de Ébola.”

Distribuído pelo Grupo APO para African Society for Laboratory Medicine (ASLM).

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