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    • Especialistas destacam que civis são impedidos de ter acesso a artigos básicos (Créditos da imagem: Unicef/Mohammed Jamal)
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Fonte: UN News |

Relatório lista crimes de guerra em larga escala no Sudão

Paramilitares do grupo RSF acusados de cometer vários crimes contra a humanidade; especialistas destacam que civis são impedidos de ter acesso a artigos básicos como alimentos e medicamentos

NOVA IORQUE, Estados Unidos da América, 8 de setembro 2025/APO Group/ --

A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos para o Sudão publicou o relatório “Uma Guerra de Atrocidades” ao Conselho de Direitos Humanos. 

O documento apresentado, na semana passada, defende que as forças envolvidas no conflito estão deliberadamente atacando a população civil cometendo atrocidades, incluindo crimes de guerra em larga escala no país africano. 

“Perseguição e extermínio” 

O relatório lista vários atos que também podem ser considerados crimes contra a humanidade, incluindo perseguição e extermínio. 

O grupo de investigadores indica que tanto as Forças Armadas Sudanesas quanto as Forças de Apoio Rápido, RSF, foram responsáveis ​​não apenas por ataques diretos e em larga escala contra civis.  

Elas cometeram atos de destruição de infraestrutura essencial à sobrevivência, incluindo centros médicos, mercados, sistemas de alimentação e água e campos acolhendo deslocados do conflito que eclodiu em abril de 2023. 

O documento revela que os paramilitares são responsáveis por vários crimes contra a humanidade durante o cerco de Al-Fasher, na região ocidental de Darfur. 

De acordo com a missão mandatada pela ONU, “nenhum dos lados respondeu imediatamente aos pedidos de comentário”. 

Destruição de meios de subsistência 

O documento atribui às RSF a prática de “crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos em larga escala, violência sexual e de gênero, roubos e destruição de meios de subsistência às vezes culminando em perseguição e extermínio” 

A Missão de Apuração de Fatos é presidida por Mohamed Chande Othman e integra outros três peritos que investigaram os abusos. Uma das bases analisadas foi o relatório com mais de 200 entrevistas, muitas delas com sobreviventes de violência, além de material em vídeo e depoimentos de entidades civis. 

Centenas de milhares de pessoas ainda vivem sitiadas no último reduto do Exército sudanês em al-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte, agora a linha de frente do conflito. 

O documento indica que as RSF e seus aliados usaram a fome como método de guerra, privando civis de acesso a artigos básicos como alimentos e medicamentos. 

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.