Fonte: World Health Organization (WHO) - Angola |

Angola reforça acções para acabar com a cólera com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Esta colaboração surge num momento crítico, uma vez que Angola enfrenta um cenário complexo de saúde pública caracterizado por doenças endémicas

LUANDA, Angola, 21 de abril 2025/APO Group/ --

Numa reunião realizada hoje, a ministra da Saúde de Angola, Dra. Sílvia Lutucuta, deu as boas-vindas formais ao novo representante da OMS em Angola, Dr. Indrajit Hazarika. A reunião marcou o início de uma parceria renovada e reforçada entre o Governo de Angola e a OMS, com um enfoque central na intensificação da resposta nacional ao actual surto de cólera.

O Dr. Hazarika reafirmou o empenho inabalável da OMS em apoiar o Governo angolano através de intervenções abrangentes e estratégicas. Estas incluem o reforço da coordenação multissectorial, a melhoria da gestão de casos, o reforço da vigilância e da detecção de casos, bem como uma comunicação de risco eficaz e o envolvimento da comunidade. Esta colaboração surge num momento crítico, uma vez que Angola enfrenta um cenário complexo de saúde pública caracterizado por doenças endémicas, doenças transmissíveis e não transmissíveis, doenças tropicais negligenciadas e um surto de cólera que já afectou 17 das 21 províncias do país.

Desde o início do surto, em Janeiro de 2025, foram notificados mais de 14 000 casos de cólera e 505 mortes associadas, sendo que 50% dos casos envolveram indivíduos com menos de 20 anos. O Ministério da Saúde, em estreita coordenação com a OMS e outros parceiros de desenvolvimento, adoptou uma série de medidas de resposta urgente, que incluem o envio de equipas de resposta rápida, a formação de pessoal de saúde, a criação de centros e unidades de tratamento da cólera, o fornecimento de água potável, o envolvimento intensivo da comunidade e o lançamento de campanhas de vacinação específicas.

A ministra Lutucuta manifestou grande preocupação com o aumento do número de casos e a trágica perda de vidas. “Ao longo deste período difícil, a Organização Mundial da Saúde tem estado ao nosso lado como um parceiro firme e valioso, prestando um apoio inabalável a todos os níveis. No entanto, é com profunda tristeza que assistimos a um aumento contínuo dos casos e das mortes, especialmente entre as crianças e os jovens”, declarou.  A ministra sublinhou a necessidade urgente de reforçar a colaboração multissectorial e a acção coordenada para travar o surto e salvaguardar a saúde pública.

O Dr. Hazarika reafirmou o compromisso de longa data da OMS em apoiar Angola nos seus esforços para controlar a cólera e reforçar o sistema de saúde para aumentar a sua resiliência. “Estamos gratos pela abertura e liderança do Ministério nesta resposta. Embora o surto seja motivo de grande preocupação, representa também uma oportunidade crucial para trabalharmos em conjunto no sentido de reforçar o sistema de saúde de Angola e criar uma preparação para emergências a longo prazo. O nosso objectivo comum continua a ser uma Angola mais saudável e resiliente”, afirmou.

A reunião terminou com um entendimento comum da necessidade de intensificar a resposta e manter a dinâmica para controlar o surto. Angola conseguiu conter com sucesso surtos de cólera anteriores e, através de uma liderança decisiva, coordenação multissectorial e parcerias estratégicas, o país está bem posicionado para superar novamente este desafio.

Olhando para o futuro, os esforços nacionais centrar-se-ão em estratégias integradas para reforçar os sistemas de saúde e prevenir futuros surtos. Estas incluem melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade, garantir o acesso a água potável, promover práticas de higiene e saneamento e continuar a investir na saúde. 

A conjugação dos esforços do Governo de Angola, da OMS, de outras agências da ONU, da sociedade civil e do sector privado será crucial para salvaguardar a saúde e o bem-estar de todos os angolanos.

Distribuído pelo Grupo APO para World Health Organization (WHO) - Angola.