Fonte: UN News |

Alta de crianças com desnutrição grave sinaliza catástrofe crescente no Sudão

Estudo do Unicef ilustra que casos dispararam 46% em cinco estados a região de Darfur; dados são considerados perigosamente elevados; agência alerta para possível piora se não houver ação humanitária rápida

NOVA IORQUE, Estados Unidos da América, 12 de julho 2025/APO Group/ --

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, revelou que o número de crianças em tratamento para desnutrição aguda grave subiu 46% em cinco estados de Darfur, no Sudão. A avaliação entre janeiro e maio comparou dados do mesmo período de 2024

Em Darfur do Norte, 40 mil crianças foram internadas com o problema, o dobro em relação ao ano passado. Em 9 das 13 localidades, a taxa de desnutrição aguda ultrapassou os níveis de emergência estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Taxa global de desnutrição aguda

Na localidade de Yasin, em Darfur Oriental, o levantamento realizado no início da estação de escassez, em maio, mostrava uma taxa global de desnutrição aguda atingindo 28%. Os casos agregam desnutrição aguda grave e moderada.

O alerta do Unicef é que se esse número subir para 30%, atingirá um dos três limiares críticos usados ​​para determinar a fome.

Os dados “sinalizam uma catástrofe crescente” para as crianças, a menos que medidas urgentes sejam tomadas. Há registro de fome em diversas áreas sudanesas.

O representante do Unicef para o Sudão declarou que as crianças em Darfur estão morrendo de fome devido ao conflito e impedidas de ter ajuda que poderia salvá-las.

Momento crucial

Sheldon Yett ressaltou que mesmo antes do início da temporada de escassez, esses números são perigosamente altos e provavelmente piorarão sem uma ação humanitária rápida. Para ele, este é um momento crucial no qual “a vida das crianças depende da decisão do mundo de agir ou ignorar a situação.”

De acordo com as Nações Unidas, 780 mil pessoas foram deslocadas da cidade de El Fasher e dos campos de deslocados próximos de Zamzam desde abril de 2023, incluindo quase meio milhão em abril e maio deste ano.

A região teve condições de fome confirmadas desde agosto passado. Cerca de 75% dos moradores do acampamento fugiram para vários locais em Tawila, onde a ONU e seus parceiros intensificaram a assistência humanitária essencial.

Com o surto de cólera que este ano atingiu mais de 32 mil casos suspeitos, o país lida com a interrupção dos serviços de água e saneamento, aliada à baixa cobertura vacinal. A situação eleva a exposição de sudaneses a várias outras doenças. 

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.