Serão necessárias várias intervenções e iniciativas para responder às alterações climáticas e para melhorar as formas de vida no continente africano, de modo a alcançar o objectivo ambicioso da 21.ª sessão da Conferência das Partes (COP21), ou seja, manter o aquecimento global abaixo de 2 °C e minimizar o impacto negativo das alterações climáticas. Dessas intervenções fazem parte os Principais Programas Regionais (PPR).

A Agência da NEPAD (http://www.Nepad.org), com o patrocínio do Presidente da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente (AMCEN) e o Ministro do Ambiente da República Árabe do Egipto, realizou um evento à margem da COP21 para sensibilizar os participantes para os PPR e debater formas práticas de implementação dos mesmos.

“Nenhum país pode controlar sozinho os riscos climáticos que defronta actualmente. Prevê-se que, até 2030, se verifique um aumento de 10 por cento das regiões secas e áridas. As alterações climáticas revelam-se um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade que também terá um impacto significativo sobre o sector agrícola em África, uma vez que os agricultores africanos arriscam-se a perder os seus terrenos de cultivo”, afirmou.

A Directora do Programa de Implementação e Coordenação da NEPAD, Estherine Fotabong-Lisinge, mencionou na sessão de abertura do evento que o combate às alterações climáticas é complexo e que requer o esforço de todos os envolvidos a todos os níveis: local, nacional, regional e internacional. “Os PPR uniram os países africanos para responderem aos desafios relacionados com o ambiente e o desenvolvimento sustentável”.

Neste evento, foi apresentado um relatório sobre o progresso da implementação dos seus cinco principais programas: Parceria Económica e Ecológica Africana (AGEP); Gestão Sustentável das Terras, Desertificação, Biodiversidade e Adaptação com base nos Ecossistemas às Alterações Climáticas (LDBE); Parceria para o Consumo e a Produção Sustentáveis (SCP) em África; Programa Africano para o Desenvolvimento Energético Sustentável e Avaliação Ambiental Integrada em África para o Desenvolvimento Sustentável.

Mohamed Abdel-Monem, o Consultor Especial do Presidente da AMCEN, ao discursar no evento, fez o ponto da situação das negociações actuais relativas às alterações climáticas, que já se encontram numa fase importante em direcção a um acordo jurídico esperado na COP21 e enfatizou a necessidade de se multiplicar os esforços para o combate às alterações climáticas, uma vez que as economias africanas dependem, em grande medida, dos sectores sensíveis ao clima, como a agricultura. “As alterações climáticas terão consequências graves e adversas para vários sectores de desenvolvimento em África e ameaçam as economias e as formas de vida de muitos países africanos”, afirmou.

Os participantes destacaram o lento desembolso dos fundos para projectos de adaptação como um motivo de alarme significativo, sublinharam a necessidade do aumento do financiamento para recursos africanos e realçaram a necessidade dos países africanos lidarem com os impactos negativos relacionados com as alterações climáticas, ao mesmo tempo que aproveitam as oportunidades económicas associadas às mesmas.