São cerca de 7.000 os produtores agrários que, até finais de Junho, beneficiarão do programa de e-voucher, cujo sistema foi reaberto para resposta à situação de emergência. A intervenção é financiada pela União Europeia e implementada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no âmbito do seu sub-programa “Acelerar o progresso para o alcance do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 1c (ODM1c) em Moçambique”, em apoio ao Governo.

Esta acção da FAO vem na sequência do ciclone Idai, que no passado mês de Março afectou gravemente a região centro de Moçambique, com maior incidência nas províncias de Manica e Sofala, dizimando meios de subsistência e deixando um rasto de morte e destruição, com aproximadamente 800.000 hectares de culturas danificadas, mais de 400.000 pessoas deslocadas e cerca de 1 milhão e 800 mil pessoas com necessidade de assistência. O objectivo da intervenção é apoiar os produtores afectados pelo ciclone Idai em sementes e instrumentos de trabalho, de forma a estimular a recuperação da produção agrícola. 

Nesta intervenção de assistência à emergência, o programa contribui com 2.300 meticais por beneficiário, possibilitando ao agricultor a aquisição gratuita dos insumos através do cartão electrónico (e–voucher). Os beneficiários são produtores dos distritos de Nhamatanda (Província de Sofala) e Gondola, Macate, Sussundenga e Vanduzi (Província de Manica), afectados pelo Idai, e que ainda não receberam apoio desta natureza.

O programa de e-voucher beneficiou, ao longo dos anos de implementação do sub-programa da FAO ODM1c, um total de 24.000 agricultores de subsistência e emergentes, numa base de comparticipação, através de uma rede de agro-dealers nas províncias de Manica, Sofala, Zambézia e Nampula. Esta intervenção de emergência em que os produtores recebem insumos a custo zero, demonstra a flexibilidade e adaptabilidade deste mecanismo a diferentes contextos.