O Governo de Moçambique, o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) anunciaram um novo projecto que visa fortalecer a gestão florestal sustentável e que irá contribuir para que Moçambique alcance o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 sobre as florestas. 

O acordo faz parte do Projeto de Investimento Florestal Moçambicano recém-aprovado (MozFIP), orçado em 47 milhões de USD, que visa conter o ritmo acelerado do desflorestamento e apoiar o investimento no sector florestal, criando novas oportunidades de renda e subsistência a partir da gestão florestal sustentável para as comunidades rurais.

No âmbito do acordo recém-assinado, a FAO irá fornecer apoio técnico para desenvolver uma estratégia nacional de 20 anos para o sector florestal, revisar os quadros institucionais para concessões florestais para garantir maior transparência, responsabilidade, equidade e sustentabilidade da produção florestal e também serão estabelecidas concessões "modelo" onde serão implementadas as melhores práticas.

"Esta importante parceria irá contribuir para uma mudança transformadora na forma como as florestas são geridas em Moçambique", disse o Vice-Director-geral da FAO, Daniel Gustafson.
Pela primeira vez, será desenvolvido um Sistema de Informação Florestal digital e georreferenciado para substituir os registros em papel existentes e que irá fornecer um banco de dados confiável e verificado para apoiar políticas estratégicas e decisões de gestão.

Para além disso, o conhecimento e as habilidades em princípios de gestão florestal também serão compartilhados com homólogos nacionais e locais.

Os recursos florestais de Moçambique têm um potencial significativo para contribuir para a erradicação da pobreza, mas estão ameaçados pelo desflorestamento, degradação, incêndios, talha ilegal e produção descontrolada de lenha e carvão vegetal.

O Director Nacional de Florestas de Moçambique, Xavier Sacambuera, disse que as comunidades e o sector privado são partes interessadas importantes na revisão do modelo de gestão florestal.

"Nossas florestas serão protegidas e salvaguardadas e, ao mesmo tempo, usadas como fonte de criação de riqueza para nossas comunidades, visando finalmente melhorar suas vidas", afirmou.
O projeto é o primeiro a ser assinado após a aprovação pela FAO e pelo Banco Mundial de uma nova plataforma a 10 de Maio de 2017. O marco define um conjunto de modelos de projectos acordados que foram utilizados para simplificar e acelerar o novo acordo de parceria entre Moçambique e a FAO.

"Esta parceria é um bom exemplo do que podemos fazer juntos, e podemos realmente expandi-la", disse Paola Agostini, Líder mundial em florestas e paisagens no Banco Mundial. "O todo será maior que a soma das partes".